Gênio do marketing: Como Steve Jobs vendeu mais com uma gramática DIFERENTE
A mente da Apple não tinha limites pro marketing. Muito menos pro idioma.
Ele sabia que vender mais era pensar “fora da caixa”.
Já Tia Norma pensava um pouquinho mais quadrado.
Quando Jobs teve a ideia do slogan “Pense diferente”, ela logo detectou um vírus ali.
“Pense diferentemente”, corrigiu ela, doida para reiniciar o sistema.
O caso está na biografia de Steve Jobs que saiu pela Companhia das Letras. Escrita por Walter Isaacson, ela traz este trecho visionário aqui:
“Debateram a questão gramatical. Se ‘diferente’ modificava o verbo ‘pense’, talvez fosse advérbio, como em ‘pense diferentemente’. Mas Jobs insistia em usar ‘diferente’ como substantivo, a exemplo de ‘pense vitória’ ou ‘pense beleza’. Além disso, refletia o uso coloquial, como na frase ‘pense grande’. Como ele explicaria mais tarde: ‘Discutimos se estava correto antes de levarmos ao ar. É uma construção gramatical, quando se pensa no que queremos dizer. Não é pense o mesmo, é pense diferente. Pense um pouco diferente, pense muito diferente, pense diferente, ‘Pense diferentemente’, para mim, não alcançaria o sentido.”
E não alcançaria mesmo. Assim como talvez não alcançasse as cifras estratosféricas.
E assim Steve Jobs bateu o pé com a Tia Norma, a quem escapou a atualização sobre o “intercâmbio taxionômico” entre as palavrinhas do idioma.
Em código mais simples: Palavra de uma classe que pede pra mudar de turma.
Adjetivo tomando lugar de advérbio.
Substantivo fazendo as vezes de adjetivo.
Esse troca-troca é comum no inglês e também no português. E já era no latim.
Mudanças simples que fazem um programa rodar muito melhor.
E um slogan emplacar!
Quanto à Tia Norma, bem, ela estava com a gramática mais defasada e não curtia as invencionices da propaganda.
Por sorte o gênio era outro.
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