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A 'mudança climática' mudou


Na escrita jornalística é sempre a palavra que dá a melhor manchete.

Sempre atento a isso, o jornal The Guardian ajustou sua terminologia ligada às questões ambientais e atualizou o manual de estilo que serve aos jornalistas do periódico. Por exemplo, em vez de climate change [mudança climática], a preferência agora é por climate emergency ou, ainda, climate crisis.

As atualizações reproduzem o próprio discurso dos climatologistas da ONU, segundo os quais o que vivemos não é mera mudança, mas uma ameaça catastrófica contra a humanidade. Assim, a linguagem científica vem abandonando o tom ameno e passivo e sugerindo, ela mesma, a gravidade da situação.

Ao comprar essa ideia, o jornal inglês pretende imprimir um jornalismo ainda mais consciente do próprio papel na sociedade, servindo de referência, também, aos demais profissionais de texto que escrevem sobre o meio ambiente nos mais variados veículos. E assim a ideia circula e se vende.

A terminologia que escolhemos para falar de um problema tem efeitos diretos sobre a maneira como devemos encará-lo – e como os leitores também o devem. Afinal, antes de qualquer ação em si, o impacto sobre o mundo começa pelo peso das palavras.

 

Fonte: CARRINGTON, Damian. Why the Guardian is changing the language it uses about the environment. The Guardian, 17 maio 2019. Disponível em: <www.theguardian.com/environment/>. Acesso em: 23 maio 2019.

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Âncora 1
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